quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Nota 10

Ser um
Por que não ser dois?
melhor seria ser três
e não por que ser quatro
ser cinco talvez!
ou seis?
sete talvez, seria melhor ainda!
e oito?
não,ser nove acho melhor!
e ser dez, sim!
ser dez é melhor!
Eu sou nota dez.


Marcelo Moreira Marques

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Função sintática do pronome relativo

Funções sintáticas do pronome relativo

        Como já mencionado, os pronomes relativos desempenham função sintática, na oração adjetiva. Para analisá-los, o melhor procedimento é montar a oração adjetiva substituindo o pronome relativo pelo seu antecedente. O próximo passo é verificar a função sintática que o antecedente do pronome relativo exerce na oração adjetiva. A função sintática que ele exerce na oração adjetiva será a mesma exercida pelo pronome relativo:

a)   sujeito:
Fortaleza, [que é a capital do Ceará], é uma linda cidade.
(que substitui Fortaleza – Fortaleza é a capital do Ceará – Fortaleza – sujeito)

b)   objeto direto:
Os trabalhos [que faço] me dão prazer.
(que substitui os trabalhos – faço os trabalhosos trabalhos: objeto direto)

c)   objeto indireto:
As pessoas [de quem gostamos] compareceram à festa.
(quem substitui as pessoas – gostamos das pessoas – das pessoas: objeto indireto)

d)   predicativo do sujeito:
O atleta saudável, [que ele sempre foi,] hoje está fora das pistas por causa de um acidente.
(que substitui o atleta saudável – ele sempre foi o atleta saudável – o atleta saudável: predicativo do sujeito)

e)   predicativo do objeto:
Ele não é mais o jogador ágil [que todos o julgavam  até o ano passado].
(que substitui o jogador ágil – todos o julgavam o jogador ágil – o jogador: objeto direto e ágil: predicativo do objeto)

f)    complemento nominal:
O filme [a que fizeram referência] foi premiado.
(que substitui o filme – fizeram referência ao filmeao filme: complemento nominal)

g)   adjunto adnominal:
O menino [cujo pai é médico] deverá seguir a carreira do pai.
(cujo substitui o menino – o pai do menino é médico – do menino: adjunto adnominal)
h)   agente da passiva:
O jornalista [por quem fui entrevistado] deixou-me bem à vontade.
(quem substitui o jornalista  fui entrevistado pelo jornalistapelo jornalista: agente da passiva)

i)     adjunto adverbial:
A cidade [em que moro] é bastante tranqüila.
(que substitui a cidade – moro na cidadena cidade: adjunto adverbial)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Poesia Concreta

Poesia Concreta
A POESIA CONCRETA

Em 1956, a Exposição Nacional de Arte Concreta, realizada na cidade de São Paulo, lançou oficialmente o mais controverso movimento de poesia vanguardista brasileira: o concretismo*.
Criada por Décio Pignatari (1927), Haroldo de Campos (1929) e Augusto de Campos (1931), a poesia concreta era um ataque à produção poética da época, dominada pela geração de 1945, a quem os jovens paulistas acusavam de verbalismo, subjetivismo, falta de apuro e incapacidade de expressar a nova realidade gerada pela revolução industrial.

São Paulo vivia então o apogeu do desenvolvimentismo da Era J.K. e seus intelectuais buscavam uma poética ideológica/artística cosmopolita, como tinham feito os modernistas de 1922. Por isso, um dos modelos adotados pelos concretos foi Oswald de Andrade cuja lírica sintética (“poemas-pílula”) representava para eles o vanguardismo mais radical.
* Desde 1952, os jovens intelectuais paulistas vinham procurando um novo caminho através de uma revista chamada Noigandres, palavra tirada de um poema de Erza Pound e que não significa nada.
"Todo o poema é uma aventura planificada"
Em síntese, os criadores do concretismo propugnavam um experimentalismo poético (planificado e racionalizado) que obedecia aos seguintes princípios:
- Abolição do verso tradicional, sobretudo através da eliminação dos laços sintáticos (preposições, conjunções, pronomes, etc.), gerando uma poesia objetiva, concreta, feita quase tão somente de substantivos e verbos;
- Um linguagem necessariamente sintética, dinâmica, homóloga à sociedade industrial (“A importância do olho na comunicação mais rápida... os anúncios luminosos, as histórias em quadrinhos, a necessidade do movimento....”);
- Utilização de paronomásias, neologismos, estrangeirismos; separação de prefixos e sufixos; repetição de certos morfemas; valorização da palavra solta (som, forma visual, carga semântica) que se fragmenta e recompõe na página;
- O poema transforma-se em objeto visual, valendo-se do espaço gráfico como agente estrutural: uso dos espaços brancos, de recursos tipográficos, etc.; em função disso o poema deverá ser simultaneamente lido e visto.
Exemplo destas propostas pode ser encontrado no poema Terra de Décio Pignatari:

ra terra ter
rat erra ter
rate rra ter
rater ra ter
raterr a ter
raterra terr
araterra ter
raraterra te
rraraterra t
erraraterra
terraraterra

Observe-se o despojamento e o jogo verbal deste poema de Haroldo de Campos:
de sol a sol
soldado
de sal a sal
salgado
de sova a sova
sovado
de suco a suco
sugado
de sono a sono
sonado
sangrado
de sangue a sangue
Os recursos visuais
Os recursos visuais são utilizados por Augusto de Campos como no poema abaixo entitulado Eis os amantes:
COLOCAR EIS OS AMANTES
Em Pós-tudo, escrito no fim da década de 80, Augusto de Campos parece fazer o inventário de sua participação no concretismo, identificando o seu papel nas mudanças poéticas e reconhecendo que o caminho revolucionário acabara na mudez*:
COLOCAR POEMA PÓS –TUDO * Mudo aqui tem um sentido ambivalente. Além da indicação de mudez, o termo poderia ser interpretado como forma verbal de mudar, traduzindo assim o início uma nova busca de alternativas por parte do autor, após a experiência concretista.


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Vozes

Vozes!
ouço vozes
ouço vozes do além ...amém!


Ouço vozes da montanha
vozes da ossada canina
vozes torturosas
minuciosas...
talvez! silenciosa!



Ouço vozes do tempo
vozes ao vento
vozes noturnas
vozes solitárias



Ouço vozes de secretárias
vozes de sentenças
vozes de penitências
vozes de pecados



Ouço tantas vozes!
vozes!.



Marcelo Moreira Marques

Mal e Mau

Mau e Mal – Mais bem (ou melhor) Colocado
Em atenção a pedido de José dos Santos, A.L.S. e V.Y., de JI-Paraná, Brasília e Mogi das Cruzes, respectivamente, vamos ver a diferença entre ‘mau’ e ‘mal’.
Mau, o contrário de bom, é adjetivo – portanto sempre acompanha um substantivo – e tem o feminino (plural: maus e más):
  • Fez um mau negócio, num mau momento.
  • Os homens maus e as mulheres más sempre se dão mal.
  • O lobo mau enfrentou um homem bom.
Mal tem por antônimo a palavra bem e pode ser
(1) advérbio de modo; neste caso fica invariável e no mais das vezes acompanha um verbo ou um adjetivo:
  • Quando ele se comporta mal, nada vai bem.
Isso pegou mal.
  • Ela joga muito mal.
  • Ele é mal-humorado.
  • Estamos mal servidos.
(2) substantivo:
  • O pequeno mal que o remédio provoca é compensado pelo bem que lhe traz.
  • Ele não imagina o mal que fez.
(3) conjunção:
  • Mal
O comparativo de superioridade de mau e mal é pior, o que equivale a mais mal:
  • Ele fez o pior negócio da sua vida.
  • Esse rapaz joga pior do que os demais.
O comparativo de superioridade de (mais) bom e (mais) bem é melhor:
  • Margô é uma atleta melhor do que suas colegas.
  • Os gêmeos são os melhores alunos da turma.
  • O brasileiro se saiu melhor do que os americanos.
  • Ela fala inglês melhor do que seus irmãos.
No entanto, diz a regra que quando vêm antes do particípio, os advérbios mal e bem não se contraem com o mais que os procede: mais bem aceito, mais mal ajeitado; o trabalho mais bem feito, as ruas mais bem calçadas.
Mais bem (ou melhor) Colocado
João Ricardo Pupo, Augusto F. Pouchain Júnior e Zeca dirigiram-se ao Mural de Consultas da Língua Brasil para questionar o uso de mais bem colocado, mais bem aceito, mais bem feito no lugar de melhor.
Como vimos na nota anterior, a forma clássica, original, é justamente a não contraída: o time mais bem colocado, as questões mais bem aceitas, a frase mais bem elaborada, os políticos mais bem instruídos. No entanto, pelo fato de mais bem ser sintetizado para melhor, a expressão se transformou com o tempo, e hoje se admite o uso de melhor em construções como estas:
  • O time que for melhor colocado terá privilégios.
  • Parece que agora os papéis estão melhor distribuídos em termos sociais.
De qualquer forma, use o ouvido e o bom senso para fazer a melhor escolha. No caso do advérbio com sentido negativo, contudo, sempre use menos bem, e não ‘pior’:
  • Entram em primeiro lugar os alunos pequenos, depois os grandes; em frente ficam os menores de confiança; mais em vista do professor, os menos bem comportados.
chegou de viagem, já deseja partir.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Emprego dos Pronomes Demonstrativos

      Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode-se dar em termos de espaço, tempo ou discurso. Vamos abordar aqui as situações em que o uso de demonstrativos é produtivo ou problemático para o falante, recomendando o uso dominante entre os falantes cultos.


1. Este, esse, aquele e suas flexões

     Utilizamos estas pró-formas para localizar os nomes no tempo, no espaço e no próprio texto:



  • No espaço:



  •      Vale para o uso dos demonstrativos a relação com as pessoas do discurso: este para próximo de quem fala (eu); esse para próximo de quem ouve(tu); aquele para distante dos dois (ele).



    Exemplos:

    Este documento que eu estou entregando apresenta a síntese do projeto.

    Se tu não estás utilizando essa régua, podes me emprestar por alguns minutos?

    Vês aquele relatório sobre a mesa do Dr. Silva? É o documento a que me referi.


         Em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação ao destinatário. Trocá-los pode causar ambigüidade.


    Exemplos:

    Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade destinatária).

    Reafirmamos a disposição desta universidade em participar no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que envia a mensagem).



  • No tempo:


  • e suas flexões referem-se ao tempo presente ou futuro.


    Exemplos:

    Nestas próximas semanas, estarão ocorrendo as inscrições para o concurso vestibular.

    No final desta semana, o Diretor de nossa Unidade irá a São Paulo.

    Este ano de 2002 está sendo marcado pela violência no Oriente Médio.


    e suas flexões referem-se a tempo recentemente decorrido.


    Exemplo:

    Ninguém esquecerá os acontecimentos desse trágico 21 de setembro.


          e suas flexões referem-se a um passado mais distante.

      Exemplo:

      Falávamos daquele período em que as mulheres obtiveram o direito ao voto.


           Evidentemente, não há limites precisos para o uso de esse e aquele, sendo a última palavra sempre determinada pela adequação ao contexto.


        • No discurso:
             Quando bem utilizados, os demonstrativos são eficientes elementos de coesão entre o que se está falando e o que já se disse ou irá dizer adiante. Deve-se utilizar este e suas flexões em dois casos: para adiantar o que se vai dizer ou para remeter a algo recém dito, quando esse já-dito comportar mais de uma retomada.


        Exemplos:

        Nosso povo sofre com mutos problemas, dentre os quais estes: miséria, fome e ignorância.

        Admiração, respeito, amizade? Talvez, pensava ela, este (último) seja o mais importante e perene dos sentimentos.


             Outra situação importante ocorre quando queremos retomar por demonstrativos mais de um elemento já mencionado.


        Exemplo:

        O velho, o índio e o negro são discriminados por motivos diversos: aquele, por ser improdutivo para a sociedade de consumo; esse, por ser considerado atrasado e preguiçoso; este, por não se ter libertado, ainda, do estigma da escravidão.


             Quando se quer retomar apenas dois elementos, elimina-se a forma intermediária esse.


        Exemplo:

        As crianças da classe média têm um futuro mais promissor do que os filhos de pais das classes menos favorecidas, porque àquelas se dão oportunidades que se negam a estes.


             Veja a ilustração para esses dois últimos casos:



        1. Emprego de este, esse e aquele em relação a três termos




        Este: indica o que se referiu por último.
        Esse: se refere ao penúltimo.
        Aquele: indica o que se mencionou em primeiro lugar.


        2. Emprego de este e aquele em relação a dois termos citados anteriormente



        Este: indica o que se referiu por último.
        Aquele: indica o que se referiu em primeiro lugar.



        2. Mesmo, próprio e suas flexões


             Observe as frases:

        (a) Ele mesmo digitará o texto final.

        (b) Eles mesmos digitarão o texto final.

        (c) Ele vai mesmo digitar o texto final?

        (d) Eles vão mesmo digitar o texto final?


             Por que será que na frase (b) a palavra mesmo é flexionada no plural e na frase (d) não? A resposta é lógica, e encontra-se na relação que esses termos estabelecem com outros elementos da frase. No caso de (a) e (b), mesmo/s se refere a ele/s, podendo ser substituído por próprio/s; no caso de (c) e (d), mesmo se refere a vai digitar , podendo ser substituído por realmente. Se quiser ir adiante, saiba que mesmo e próprio, no primeiro caso, são pronomes e, como tal, acompanham a flexão do nome; no segundo caso, mesmo é advérbio, e como todos os advérbios são invariáveis.


      • Este

      • Esse

      • Aquele
      • segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

        Mário de Andrade



        Mário de Andrade

        Eu sou um escritor difícil
        Que a muita gente enquisila,
        Porém essa culpa é fácil
        De se acabar de uma vez:
        E só tirar a cortina
        Que entra luz nesta escuridez.

        (A Costela de Grão Cão)

        1893
        : Nasce Mário Raul de Moraes Andrade, no dia 9 de outubro, filho de Carlos Augusto de Moraes Andrade e Maria Luísa Leite Moraes Andrade; na Rua Aurora, 320, em São Paulo - SP.
        1904: Escreve o primeiro poema, cantado com palavras inventadas. "O estalo veio num desastre da Central durante um piquenique de subúrbio. Me deu de repente vontade de fazer um poema herói-cômico sobre o sucedido, e fiz. Gostei, gostaram. Então continuei. Mas isso foi o estralo apenas. Apenas já fizera algumas estrofes soltas, assim de dois em três anos; e aos dez, mais ou menos, uma poesia cantada, de espírito digamos super realista, que desgostou muito minha mãe. "— Que bobagem é essa, meu filho?" — ela vinha. Mas eu não conseguia me conter. Cantava muito aquilo. Até hoje sei essa poesia de cor, e a música também. Mas na verdade ninguém se faz escritor. Tenho a certeza de que fui escritor desde que concebido. Ou antes... Meu avô materno foi escritor de ficção. Meu pai também. Tenho uma desconfiança vaga de que refinei a raça..." Este o depoimento do escritor a Homero Senna, publicado no livro "República das Letras", Editora Civilização Brasileira - Rio de Janeiro, 1996, 3a. edição, sobre como havia começado a escrever.
        1905: Ingressa no Ginásio N. Sra. do Carmo dos Irmãos Maristas.
        1909: Forma-se bacharel em Ciências e Letras. Terminado o curso multiplica leituras e freqüenta concertos e conferências.
        1910: Cursa o primeiro ano da faculdade de Filosofia e Letras de São Paulo.
        1911: Inicia estudos no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo.
        1913: Morre seu irmão Renato, aos 14 anos, devido a complicações decorrentes de uma cabeçada em jogo de futebol. Abalado pelo fato e trabalhando em excesso, Mário tem uma profunda crise emocional. Passa um tempo em Araraquara, na fazenda da família. Quando retorna desiste da carreira de concertista devido a suas mãos terem se tornado trêmulas. Dedica-se, então a carreira de professor de música.
        1915: Conclui curso de canto no Conservatório.
        1916: Conclui, como voluntário, o Serviço Militar.
        1917: Diploma-se em piano pelo Conservatório. Morre seu pai. Publica Há uma gota de sangue em cada poema, poesia, sob o pseudônimo de Mário Sobral.. Primeiro contato com a modernidade na Exposição de Anita Malfatti. Primeira viagem a Minas: encontra o barroco mineiro, visita Alphonsus de Guimarães. Já iniciou sua Marginália.
        1918: Recebe Diploma de Membro da Congregação Mariana de N. Sra. da Conceição da Igreja de Santa Ifigênia. Noviciado na Ordem Terceira do Carmo. Nomeado professor no Conservatório. Escreve contos e poemas. Colabora ocasionalmente em jornais e revistas como crítico de arte e cronista; em A Gazeta e O Echo (São Paulo).
        1919: Profissão na Ordem Terceira do Carmo à 19 de março. É colaborador de A Cigarra, O Echo e A Gazeta. Viagem à Minas Gerais, visitando as cidades históricas.
        1920: Lê obras Index . Faz parte do grupo modernista de São Paulo. Colabora em Papel e Tinta (São Paulo), na Revista do Brasil (Rio de Janeiro - até 1926) e na Illustração Brasileira (Rio de Janeiro - até - 1921).
        1921: É professor de História da Arte no Conservatório. Pertence à Sociedade de Cultura Artística. Está presente no lançamento do Modernismo no banquete do Trianon. É apresentado ao público por Oswald de Andrade através do artigo "Meu poeta futurista" (Jornal do Commércio São Paulo). Escreve "Mestres do passado" para o citado jornal.
        1922: Professor catedrático de História da Música e Estética no Conservatório. Participa da Semana de Arte Moderna em São Paulo, de 13 à 18 de fevereiro, no Teatro Municipal de São Paulo. Faz parte do grupo da revista Klaxon, publicando poemas e críticas de literatura, artes plásticas, música e cinema. Escreve Losango Cáqui, poesia experimental. Inicia a correspondência com Manuel Bandeira, que dura até o final de sua vida. Publica Paulicéia desvairada, poesia.
        1923: Estuda alemão com Kaethe Meichen-Bosen, de quem se enamora. Faz parte da revista Ariel, de São Paulo. Escreve A escrava que não é Isaura, poética modernista. Continua a colaborar na Revista do Brasil (Rio de Janeiro).
        1924: Realiza a histórica "Viagem da Descoberta do Brasil", Semana Santa dos modernistas e seus amigos, visitando as cidades históricas em Minas. Colabora em América Brasileira (contos de Belazarte), Estética e Revista do Brasil (Rio de Janeiro).
        1925: Colabora n'A Revista Nova de Belo Horizonte. Publica A Escrava que não é Isaura: discurso sobre algumas tendências da poesia modernista. Adquire a tela de André Lhote, Futebol, através de Tarsila.
        1926: Férias em Araraquara, escrevendo Macunaíma. Publica Primeiro andar, contos, e Losango Cáqui (ou Afetos Militares de Mistura com os Porquês de eu Saber Alemão), poesia. Escreve poemas de Clã do Jaboti. Colabora na Revista de Antropofagia, na Revista do Brasil e em Terra Roxa e Outras Terras.
        1927: Colabora no Diário Nacional de São Paulo: crítico de arte e cronista (até 1932, quando o jornal é fechado). Estréia como romancista, publicando Amar, verbo intransitivo, que choca a burguesia paulistana com a história de Carlos, um adolescente de família tradicional iniciado nos prazeres do sexo pela sua Fraülein, contratada por seu pai exatamente para essa tarefa. Lança, também, o livro Clã do Jaboti, de poesias. Realiza a primeira "viagem etnográfica": percorrendo o Amazonas e o Peru, da qual resulta o diário O Turista Aprendiz.
        1928: Membro do Partido Democrático. Realiza sua segunda "viagem etnográfica": ao Nordeste do Brasil (dez. 1928 - mar. 1929). Colabora na Revista de Antropofagia e em Verde. Publica Ensaio sobre a Música Brasileira e Macunaíma - o Herói sem nenhum caráter, onde inova com audácia e rebela-se contra a mesmice das normas vigentes. Com enorme sucesso a obre repercutiu em todo o país por seus enfoques inéditos. Sob um fundo romanesco e satírico, aí se mesclavam numa narrativa exemplar a epopéia e o lirismo, a mitologia e o folclore, a história e o linguajar popular. O personagem-título, um "herói sem nenhum caráter", viria a ser uma síntese, o resumo das virtudes e defeitos do brasileiro comum.
        1929: Inicia coluna de crônicas "Táxi", no Diário Nacional. "Viagem etnográfica" ao Nordeste, colhendo documentos: música popular e danças dramáticas. Rompimento da amizade com Oswald de Andrade. Publica Compêndio de História da Música.
        1930: Apóia a Revolução de 30. Defende o Nacionalismo Musical. Publica Modinhas Imperiais, crítica e antologia, e Remate de Males, poesia.
        1933: Completa 40 anos. Faz crítica para o Diário de São Paulo (até 1935).
        1934: Diplomado Professor honorário do Instituto de Música da Bahia. Cria e passa a dirigir a Coleção Cultural Musical (Edições Cultura Brasileira - São Paulo). Colabora em Festa (Rio de Janeiro), Boletim de Ariel. Publica Belazarte, contos, e Música, Doce Música, crítica.
        1935: É nomeado chefe da Divisão de Expansão Cultural e Diretor do Departamento de Cultura. Publica O Aleijadinho e Álvares de Azevedo.
        1936: Deixa de lecionar no Conservatório. Nomeado Chefe do Departamento de Cultura da Prefeitura.
        1937: É contra o Estado Novo.
        1938: Transfere-se para o Rio de Janeiro (27 jun.), demitindo-se do Departamento de Cultura (12 mai.). É nomeado professor-catedrático de Filosofia e História da Arte na Universidade do Distrito Federal e colabora no Diário de Notícias daquela cidade. Publica Namoros com a Medicina, estudos de folclore.
        1939: Cria a Sociedade de Etnologia e Folclore de São Paulo, sendo seu primeiro presidente. Organiza o 1o. Congresso da Língua Nacional Cantada (jul.). Projeta a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, SPHAN. É nomeado encarregado do Setor de São Paulo e Mato Grosso. Escreve poemas de A Costela do Grão Cão. Publica Samba Rural Paulista, estudo de folclore. É crítico do Diário de Notícias (até 1944) e colabora na Revista Acadêmica (Rio de Janeiro) e em O Estado de S. Paulo. Publica A Expressão Musical nos Estados Unidos.
        1941: Volta a viver em São Paulo, à Rua Lopes Chaves 546. Está comissionado no SPHAN. Colabora em Clima (SP).
        1942: Sócio-fundador da Sociedade dos Escritores Brasileiros. Colabora no Diário de S. Paulo e na Folha de S. Paulo. Publica Pequena História da Música.
        1943: Publica Aspectos da Literatura Brasileira, O Baile das Quatro Artes, crítica, e Os Filhos de Candinha, crônicas.
        1944: Escreve Lira Paulistana, poesia.
        1945: Coberto de reconhecimento pelo papel de vanguarda que desempenhou em três décadas, Mário de Andrade morreu em São Paulo - SP em 25 de fevereiro de 1945, vitimado por um enfarte do miocárdio, em sua casa. Foi enterrado no Cemitério da Consolação. Publicação de Lira Paulistana e Poesias completas.
        Um capítulo à parte em sua  produção literária sem fronteiras é constituído pela correspondência do autor, volumosa e cheia de interesse, ininterruptamente mantida com colegas como Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Fernando Sabino, Augusto Meyer e outros. Suas cartas conservaram, de regra, a mesma prosa saborosa de suas criações com palavras — um lirismo que, como ele disse, "nascido no subconsciente, acrisolado num pensamento claro ou confuso, cria frases que são versos inteiros, sem prejuízo de medir tantas sílabas, com acentuação determinada". Coberto de reconhecimento pelo papel de vanguarda que desempenhou em três décadas, Mário de Andrade morreu em São Paulo SP em 25 de fevereiro de 1945.

        Bibliografia:
        - Há uma gota de sangue em cada poema, 1917

        - Paulicéia desvairada, 1922

        - A escrava que não é Isaura, 1925

        - Losango cáqui, 1926

        - Primeiro andar, 1926

        - A clã do jabuti, 1927

        - Amar, verbo intransitivo, 1927

        - Ensaios sobra a música brasileira, 1928

        - Macunaíma, 1928

        - Compêndio da história da música, 1929 (reescrito como Pequena história da música brasileira, 1942)

        - Modinhas imperiais, 1930

        - Remate de males, 1930

        - Música, doce música, 1933

        - Belasarte, 1934

        - O Aleijadinho de Álvares de Azevedo, 1935

        - Lasar  Segall, 1935

        - Música do Brasil, 1941

        - Poesias, 1941

        - O movimento modernista, 1942

        - O baile das quatro artes, 1943

        - Os filhos da Candinha, 1943

        - Aspectos da literatura brasileira 1943 (alguns dos seus mais férteis estudos literários estão aqui reunidos)

        - O empalhador de passarinhos, 1944

        - Lira paulistana, 1945

        - O carro da miséria, 1947

        - Contos novos, 1947

        - O banquete, 1978

        - Será o Benedito!, 1992
        Antologias:
        - Obras completas, publicação iniciada em 1944, pela Livraria Martins Editora, de São Paulo, compreendendo 20 volumes.

        - Poesias completas, 1955

        - Poesias completas, editora Martins - São Paulo, 1972

        - Homenagens:

        - Foi escolhido como Patrono da Cadeira n. 40 da Academia Brasileira de Música.

        Dados obtidos em livros de e sobre o autor e sites da internet.

        O emprego do 'Onde' e 'Aonde'.

        USO DA PALAVRA ONDE

        É chamada a atenção para dois pontos:
        1º- A palavra onde indica lugar, lugar físico e, portanto, não deve ser usada em situações em que a idéia de lugar não
        esteja presente.
        - Não se deve confundir onde com aonde. O a da palavra aonde é a preposição a que se acrescenta e que indica
        movimento, destino. O aonde só pode ser usado quando na expressão existir a idéia de destino.

        Ex: Ir a algum lugar.
        Chegar a algum lugar.
        Levar alguém a algum lugar.
        Dirigir-se a algum lugar.

        Não se pode usar aonde com o verbo morar.
        Ex: Aonde você mora? Errado. O certo é “Onde você mora ?”/ “Em que lugar você mora?”

        Há muita confusão entre aonde e onde. Um exemplo é uma letra de Belchior, “Divina Comédia Humana”, na qual ele
        diz:
        “.... viver a Divina Comédia Humana onde nada é eterno....”
        Em “... viver a Divina Comédia Humana ...” não existe a idéia de lugar. É, apenas, uma situação que seria vivida. Nela,
        na Divina Comédia Humana, nada é eterno.

        Portanto, o correto seria não usar a palavra onde substituindo-a por “em que” ou “na qual”.
        O autor preferiu usar essa forma do dia-a-dia, mas não admissível pela norma culta. Resumo: Não se pode usar a
        palavra onde para ligar idéias que não guardem entre si a relação de lugar.
        Diga “A rua onde mora”, “A cidade onde vive”

        ONDE/AONDE

        “Onde” ou “aonde”? Muitas pessoas algum dia tiveram essa dúvida. E nem vale muito a pena tentarmos esclarecê-la por
        meio dos textos literários, porque não é incomum que até mesmo os grandes escritores utilizem as expressões de modo diferente do que é pregado pela gramática normativa. Preste atenção no trecho desta canção, “Domingo”, gravada pelos Titãs:

        “... não é Sexta-Feira Santa,
        nem um outro feriado,
        e antes que eu esqueça aonde estou,
        antes que eu esqueça aonde estou,
        aonde estou com a cabeça?”
        “Aonde eu estou” ou “onde estou”? Para esta pergunta, a resposta seria: “Estou em tal lugar”, sem a preposição “a”. E
        as gramáticas ensinam que, não havendo a preposição “a”, não há motivo para usar “aonde”. Assim, a forma correta na
        letra da canção seria:

        “... e antes que eu esqueça onde estou,
        antes que eu esqueça onde estou,
        onde estou com a cabeça?”

        Vamos a outro exemplo, a canção “Onde você mora”, gravada pelo grupo Cidade Negra:
        “... Você vai chegar em casa,
        eu quero abrir a porta.
        Aonde você mora,
        aonde você foi morar,
        aonde foi?
        Não quero estar de fora...
        Aonde está você?”

        Quem vai, vai a algum lugar. Portanto, a expressão correta nesse caso é “aonde”.
        Aonde você foi?
        Mas quem mora, mora em algum lugar. Quem está, está em algum lugar. Nesse caso, a expressão correta é “onde”:
        Onde você mora?
        Onde você foi morar?
        Onde está você?

        Veja agora este trecho da canção “Bete Balanço”, gravada pelo Barão Vermelho:
        “Pode seguir a tua estrela,
        o teu brinquedo de star,
        fantasiando um segredo,
        o ponto aonde quer chegar...”
        Ensinam as gramáticas que, na língua culta, o verbo “chegar” rege a preposição “a”. Quem chega, chega a algum lugar.
        A preposição é usada quando queremos indicar movimento, deslocamento. Portanto, a letra da música está correta:

        O ponto aonde você quer chegar.
        Eu chego ao cinema pontualmente.
        Eu chego a São Paulo à noite.
        Eu chego a Brasília amanhã.

        Na linguagem coloquial, no entanto, é muito comum vermos construções como “eu cheguei em São Paulo”, “eu cheguei
        no cinema”. Não há grandes problemas em trocar “onde” por “aonde” na língua do dia-a-dia ou em versos de letras
        musicais populares, dos quais fazem parte o ritmo, a melodia e outros fatores. Mas, pela norma culta, num texto formal, use “aonde” sempre que houver a preposição “a” indicando movimento:
        ir a / dirigir-se a / levar a / chegar a

        sábado, 11 de dezembro de 2010

        O uso dos porquês

         O uso dos porquês - Por que/ Por quê/ Porque/ Porquê

        O uso dos porquês – saiba como e quando usar e não fique mais em dúvidas

        Por que
        Pode ser usado com o sentido de “por qual razão” ou “por qual motivo”, e trata-se da junção da preposição por + o pronome interrogativo que:

        Exemplos: Não sei por que não quis ficar até mais tarde.
        Por que ficar até mais tarde?

        Ainda pode ser empregado quando se tratar da preposição por + pronome relativo que e, neste caso, será relativo à “pelo qual”, “pela qual”, “pelos quais”, “pelas quais” ou ainda “para que”:

        Exemplos: A rua por que passei ontem não era parecida com essa!
        Quando votarmos, que seja por que nos próximos anos possamos ver mais obras.


        Por quê
        O uso do por quê é equivalente ao “por que”, porém, é acentuado quando vier antes de um ponto, seja final, de interrogação ou exclamação:

        Exemplos: Ficar na festa até mais tarde, por quê?
        Não sei por quê.

        Porque
        O termo porque é uma conjunção causal ou explicativa e o seu uso tem significado aproximado de “pois”, “já que”, “uma vez que” ou ainda indica finalidade e tem valor aproximado de “para que”, “a fim de”.

        Exemplos: Vou fazer mais um trabalho porque tenho que entregar amanhã. (conjunção)
        Não faça mal a ninguém porque não façam a você. (finalidade)

        Porquê
        Quando aparece nessa forma o porquê é um substantivo e denota o sentido de “causa”, “razão”, “motivo” e vem acompanhado de artigo, adjetivo ou numeral:

        Exemplos: Diga-me o porquê de sua contestação.
        Tenho um porquê para ter contestado: meu cartão bancário foi clonado.

        sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

        Cantiga de um Andarilho

        Este mundo que ando
        é meu encanto
        é meu sol
        é meu lar



        Este mundo que ando
        é meu oriundo
        é a minha veste
        é a minha prece




        Este mundo que ando
        tão cheio de montanhas
        rochosas e de relvas
        é o meu canto




        Este mundo que ando
        tão sóbrio encantador
        maravilhoso e devastador
        é meu mundo...





        Marcelo Moreira Marques 

        quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

        Literatura Brasileira

        Literatura Brasileira 
        História da literatura brasileira, Escolas Literárias do Brasil, Quinhentismo, Barroco, Arcadismo,
        Romantismo, Realismo, Parnasianismo, Simbolismo, Modernismo, Neo-realismo
          José de Anchieta
        Padre José de Anchieta: representante do início da literatura brasileira

        Quinhentismo (século XVI)
        Representa a fase inicial da literatura brasileira, pois ocorreu no começo da colonização. Representante da Literatura Jesuíta ou de Catequese, destaca-se Padre José de Anchieta com seus poemas, autos, sermões cartas e hinos. O objetivo principal deste padre jesuíta, com sua produção literária, era catequizar os índios brasileiros. Nesta época, destaca-se ainda Pero Vaz de Caminha, o escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral. Através de suas cartas e seu diário, elaborou uma literatura de Informação ( de viagem ) sobre o Brasil. O objetivo de Caminha era informar o rei de Portugal sobre as características geográficas, vegetais e sociais da nova terra.
        Barroco ( século XVII )
        Essa época foi marcada pelas oposições e pelos conflitos espirituais. Esse contexto histórico acabou influenciando na produção literária, gerando o fenômeno do barroco. As obras são marcadas pela angústia e pela oposição entre o mundo material e o espiritual.  Metáforas, antíteses e hipérboles são as figuras de linguagem mais usadas neste período. Podemos citar como principais representantes desta época: Bento Teixeira, autor de Prosopopéia; Gregório de Matos Guerra ( Boca do Inferno ), autor de várias poesias críticas e satíricas; e padre Antônio Vieira, autor de Sermão de Santo Antônio ou dos Peixes.
        Neoclassicismo ou Arcadismo ( século XVIII )
        O século XVIII é marcado pela ascensão da burguesia e de seus valores. Esse fato influenciou na produção da obras desta época. Enquanto as preocupações e conflitos do barroco são deixados de lado, entra em cena o objetivismo e a razão. A linguagem complexa é trocada por uma linguagem mais fácil. Os ideais de vida no campo são retomados ( fugere urbem = fuga das cidades ) e a vida bucólica passa a ser valorizada, assim como a idealização da natureza e da mulher amada. As principais obras desta época são: Obra Poética de Cláudio Manoel da Costa, O Uraguai de Basílio da Gama, Cartas Chilenas e Marília de Dirceu de Tomás Antonio Gonzaga, Caramuru de Frei José de Santa Rita Durão.
        Romantismo ( século XIX )
        A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da família real portuguesa em 1808, e a Independência do Brasil em 1822 são dois fatos históricos que influenciaram na literatura do período. Como características principais do romantismo, podemos citar : individualismo, nacionalismo, retomada dos fatos históricos importantes, idealização da mulher, espírito criativo e sonhador, valorização da liberdade e o uso de metáforas. As principais obras românticas que podemos citar : O Guarani de José de Alencar, Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães, Espumas Flutuantes de Castro Alves, Primeiros Cantos de Gonçalves Dias. Outros importantes escritores e poetas do período: Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, Junqueira Freire e Teixeira e Souza.
        Realismo - Naturalismo ( segunda metade do século XIX )
        Na segunda metade do século XIX, a literatura romântica entrou em declínio, juntos com seus ideais. Os escritores e poetas realistas começam a falar da realidade social e dos principais problemas e conflitos do ser humano. Como características desta fase, podemos citar : objetivismo, linguagem popular, trama psicológica, valorização de personagens inspirados na realidade, uso de cenas cotidianas, crítica social, visão irônica da realidade. O principal representante desta fase foi Machado de Assis com as obras : Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro e O Alienista. Podemos citar ainda como escritores realistas Aluisio de Azedo autor de O Mulato e O Cortiço e Raul Pompéia autor de O Ateneu.
        Parnasianismo ( final do século XIX e início do século XX )
        O parnasianismo buscou os temas clássicos, valorizando o rigor formal e a poesia descritiva. Os autores parnasianos usavam uma linguagem rebuscada, vocabulário culto, temas mitológicos e descrições detalhadas. Diziam que faziam a arte pela arte. Graças a esta postura foram chamados de criadores de uma literatura alienada, pois não retratavam os problemas sociais que ocorriam naquela época. Os principais autores parnasianos são: Olavo Bilac, Raimundo Correa, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho.
        Simbolismo ( fins do século XIX )
        Esta fase literária inicia-se com a publicação de Missal e Broquéis de João da Cruz e Souza. Os poetas simbolistas usavam uma linguagem abstrata e sugestiva, enchendo suas obras de misticismo e religiosidade. Valorizavam muito os mistérios da morte e dos sonhos, carregando os textos de subjetivismo. Os principais representantes do simbolismo foram: Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens.
        Pré-Modernismo (1902 até 1922)
        Este período é marcado pela transição, pois o modernismo só começou em 1922 com a Semana de Arte Moderna. Está época é marcada pelo regionalismo, positivismo, busca dos valores tradicionais, linguagem coloquial e valorização dos problemas sociais. Os principais autores deste período são: Euclides da Cunha (autor de Os Sertões), Monteiro Lobato, Lima Barreto, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma e Augusto dos Anjos.
        Modernismo (1922 a 1930)
        Este período começa com a Semana de Arte Moderna de 1922. As principais características da literatura modernista são : nacionalismo, temas do cotidiano (urbanos) , linguagem com humor, liberdade no uso de palavras e textos diretos. Principais escritores modernistas : Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, Alcântara Machado e Manuel Bandeira.
        Neo-Realismo (1930 a 1945)
        Fase da literatura brasileira na qual os escritores retomam as críticas e as denúncias aos grandes problemas sociais do Brasil. Os assuntos místicos, religiosos e urbanos também são retomados. Destacam-se as seguintes obras : Vidas Secas de Graciliano Ramos, Fogo Morto de José Lins do Rego, O Quinze de Raquel de Queiróz e O País do Carnaval de Jorge Amado. Os principais poetas desta época são: Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Cecilia Meireles.

        quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

        Erro de Colocação.

        A colocação das palavras na nossa língua obedece à semântica ("grande homem" é diferente de "homem grande" e para isso concorre apenas a colocação do adjetivo antes ou depois do substantivo) e à eufonia ("Não vi-a naquela loja" soa mal, enquanto ("Não a vi naquela loja" nos soa muito bem). Só esclarecendo que a palavra eufonia é formada pelo prefixo grego "eu-", que quer dizer bom, agradável, nobre, e "fonia", voz, som. O seu antônimo é a cacofonia, do grego 'kakós', desagradável, mau, ruim.
        Erro de colocação é erro gramatical.

        segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

        Erro de Regência.

        A regência é a relação de subordinação entre palavras e orações. Isso quer dizer que a própria concordância é um fenômeno de regência, pois o verbo é subordinado ao sujeito, assim como os adjetivos (adjetivo, artigo, numeral e pronome) são suboedinados a seu subsantivo.
        Todas as orações subordinadas são regidas pela oração principal e nisso está (além do fato de exercerem função sintática) sua diferença com as orações coordenadas, não regidas e sem função sintática.
        Mas a regência a que queremos nos referir aqui é a do verbo com seus complementos ou ausência deles e a dos nomes e seus complementos. Fiquemos com um exemplo: os alunos que concluíram o ensino médio deveriam saber que os verbos que indicam movimento regem a preposição A: ir a, chegar a etc. Portanto, empregar "Fui no cinema" não está de acordo com a regência do verbo e isso é inaceitável pela norma-padrão.
        Erro de regência é erro gramatical.
                                                                                                                     >> por Leo Ricino*

        domingo, 5 de dezembro de 2010

        O andado da gramática.

        O seu andado
        é poético
        é fonético



        O seu andado
        é como significação
        é morfema
        é plano



        O seu andado
        é eclético
        é subjetivo
        é honesto



        O seu andado
        é linguagem
        imagem...



        O seu andado
        é refluxo
        é fluxo
        é sangue...

        Marcelo Moreira Marques

        sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

        Erro de Acentuação Gráfica

        Atualmente, após o recente Acordo Ortográfico, a língua portuguesa passou a ter 26 letras. Mas o número de fonemas e das diferenças entoações é maior (só com as vogais, por exemplo, temos 12 fonemas). É exatamente por essa diferença numérica que fomos obrigados a criar recursos auxiliares na representação gráfica dos fonemas e entoações. Por isso surgiram os sinais diacríticos ou notações léxicas (til, cedilha, acentos agudo, grave e circunflexo, hífen, trema e apóstrofo) e os dígrafos, esses também para adaptações ortoépica.
        A acentuação gráfica é, por isso, uma necessidade da escrita para representar corretamente a pronúncia das palavras. É evidente que "medico" é diferente de "médico" e, na fala, isso não representa qualquer dificuldade. Mas como representar as duas pronúncias na escrita? Aí entra o acento gráfico colocado sobre o acento tônico da palavra representada: médico. "Amássemos" e "amassemos" não apresentam complicação na fala, mas apresentariam na escrita, mesmo sendo verbos diferentes, se não contássemos com o recurso do acento gráfico. Idem com "amara" e "amará", "pôde" e "pode" etc. Diante do exposto, já se precebe a imprescindibilidade do uso dos acentos gráficos para a escrita. Portanto, erro de acentuação gráfica também é erro gramatical.

                                                                                                             >>por Prof. Leo Ricino*

        quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

        Erro de Ortografia.

        A língua portuguesa é etimológica, ou seja, as palavras são escritas de acordo com sua própria origem. Assim, não existe, por exemplo, "octagésimo" em português, porque a forma "octogésimo" já veio assim do latim octogesimu. Escrevemos "justiça" porque o "t" latino, em determinadas situações e a partir de algum momento, transformou-se em "ç" em português: justitia > justiça; petitio/onis > petição: locutio/onis > locução, etc.
        Portanto, sendo nossa língua etimológica e assim consagrada nos oito países que a têm como oficial, escrever de forma que fuja à origem é um erro de português. Não dá para aceitar uma "caza" assim, com "z", porque não era assim no latim. Ou "análize"  porque veio do latim análusis. Erro de ortografia é, portanto, um erro gramatical e linguístico.

        quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

        Simples

        Simples
        simplesmente simples
        tão simples
        que chega a ser sublime



        Sublime da alma
        sublime do côncavo
        sublime do âmago
        sublime e simples




        A simplicidade às vezes
        tenta disfarçar
        mas não alcança
        lança...
        cansa...




        Simples
        simplesmente simples
        tão simples que,
        lança...
        cansa...
        alcança...




        Marcelo Moreira Marques

        Dúvidas de Português "A nível " ou "Em nível"?

        "A nível" ou "Em nível"?

        Essa expressão requer a preposição "em", portanto a forma correta e a única que deve ser usada é "em nível". O mais interessante dessa expressão é que ela não é necessária e pode ser suprimida, pois não acrescenta nada ao que se escreve ou se diz. Por exemplo:
        O assunto deve ser tratado em nível de família. (= O assunto deve ser tratado em família.)
        Isso possibilita analisar o problema em nível de múltiplas soluções. (= Isso possibilita analisar o problema em múltiplas soluções.)
        O tema foi decidido numa reunião em nível de juízes. (= O tema foi decidido numa reunião de juízes.)
        Sua tarefa é desenvolver um trabalho em nível de exercícios para pessoas idosas. (= Sua tarefa é desenvolver um trabalho de exercícios para pessoas idosas.)
        A campanha será feita em nível mundial. (= A campanha será mundial.)

        ATENÇÃO
        É correto o emprego da expressão "ao nível de" quando se quer dizer que algo está na mesma altura em relação a outra coisa, seja com sentido próprio (denotativo) ou sentido figurado (conotativo). Por exemplo:
        Ubatuba está ao nível do mar. (= Ubatuba está na mesma altura do mar.)

        terça-feira, 30 de novembro de 2010

        Lembranças

        O vento
        lá fora
        que embaraça seus cabelos
        me traz lembranças...
        do passado...
        de um passado de incógnita
        de lógica...
        de razão...



        Traz também a imensidão
        do presente
        do momento de amor
        calor...



        O vento
        lá fora
        que tanto agita
        grita...
        grita a palavra
        amor...
        lembranças...





        Marcelo Moreira Marques

        domingo, 28 de novembro de 2010

        O que é Linguística?

        Linguística é a ciência que estuda a linguagem verbal humana. Como toda a ciência, ela baseia-se em observações conduzidas através de métodos, com fundamentação em uma teoria.
        Portanto, a função de um linguista é estudar toda e qualquer manifestação linguística como um fato merecedor de descrição e explicação dentro de um quadro científico adequado.
        Para um linguista é muito mais interessante uma passagem do tipo:
        Cumé qui é?
        a outra:
        Como é que é?
        pois as variações linguísticas e seus motivos socio-culturais são, cientificamente, muito mais relevantes do que a norma padrão da língua, isto é, o jeito “correto” de falar.
        O linguista quer descobrir como a língua funciona, estudando várias dessas línguas, de forma empírica (através de dados baseados na experiência), dando preferência às variações populares faladas em diversas comunidades.
        Os critérios de coleta, organização, seleção e análise dos dados linguísticos obedecem a uma teoria linguística expressamente formulada para esse fim.

        Divisões da Linguística

        1. Considerando o foco da análise:
        • Linguística Descritiva (ou sincrônica): Fala de uma língua, descrevendo-a simultaneamente no tempo, analisa as relações existentes entre os fatos linguísticos em um estado da língua, além de fornecer dados que confirmam ou não as hipóteses. Modernamente, ela cede lugar à Linguística Teórica, que constrói modelos teóricos, mais do que descreve;
        • Linguística História (ou diacrônica): Analisa as mudanças que a língua sofre através dos tempos, preocupando-se, principalmente, com as transformações ocorridas;
        • Linguística Teórica: Procura estudar questões sobre como as pessoas, usando suas linguagens, conseguem comunicar-se; quais propriedades todas as linguagens têm em comum; qual conhecimento uma pessoa deve possuir para ser capaz de usar uma linguagem e como a habilidade linguística é adquirida pelas crianças;
        • Linguística Aplicada: Utiliza conhecimentos da linguística para solucionar problemas, geralmente referentes ao ensino de línguas, à tradução ou aos distúrbios de linguagem.
        • Linguística Geral: Engloba todas as áreas, sem um detalhamento profundo. Fornece modelos e conceitos que fundamentarão a análise das línguas.
        2. Considerando o que constitui a língua:
        • Fonologia: Estuda os menores segmentos que formam a língua, isto é, os fonemas;
        • Morfologia: Estuda as classes de palavras, suas flexões, estrutura e formação;
        • Sintaxe: Estuda as funções das palavras nas frases;
        • Semântica: Estuda os sentidos das frases e das palavras que a integram;
        3. Considerando suas conexões com outros domínios:
        • Psicolinguística: Estuda a relação entre a linguagem e a mente;
        • Sociolinguística: Estuda a relação entre a linguagem e a sociedade;
        • Etnolinguística: Estuda a relação entre a linguagem e a cultura (cultura não no sentido de erudição ou conhecimento livreiro, mas sim como as tradições de um povo, esta cultura que todos possuem.)

        Momento

        Qualquer momento
        um instante...
        um forte vento
        sem pudor



        A dor...
        consente
        sente e fala
        momento



        Momento de dor
        calor...
        pudor...


        Fragilidade súplica
        num instante qualquer
        de um momento inesquecível.


        Marcelo Moreira Marques

        sábado, 27 de novembro de 2010

        Longe

        Longe
        bem longe dos meus olhos
        eu vejo o recanto
        o arbusto da noite




        Noite bela
        fera do alento
        da natureza de outrora




        Longe
        bem longe dos meus olhos
        eu vejo a existência
        a essência
        a poesia
        a multidão...





        Marcelo Moreira Marques